domingo, 19 de julho de 2009

Pero Vaz de Caminha, escrivão da frota de Cabral

Está lá, com todas as letras, senhor Caminha, a vergonhosa petição que tu fizeste ao Rei (com toda a pompa, abramos aspas): e pois que, Senhor, é certo que tanto neste cargo que levo como em outra qualquer coisa que de Vosso serviço for, Vossa Alteza há de ser de mim muito bem servida, a Ela peço que, por me fazer singular mercê, mande vir da ilha de São Tomé a Jorge de Osório, meu genro -- o que d'Ela receberei em muita mercê (novas pompas, para fechar as aspas). Não podes negar, ó gajo, que, depois de descrever brilhantemente o achamento dessa terra hoje chamada Brasil e todas as possíveis riquezas que nela podia haver, tu não perdeste tempo e tacaste lá no final o primeiro faiz favore de nossa história. Lá pelos idos de 1500. E hoje, aqui mesmo nessa nossa capital federal, Brasília, que tu, senhor Caminha, nem sonhavas ainda, um senhor senador, um gajo de nome Paulo Duque, procura justificar as sacanegenzinhas da Casa em propiciar sinecuras a seus afilhados com nosso rico dinheirinho, dizendo que (sem pompas, as aspas) Pero Vaz de Caminha, lá no descobrimento, pediu emprego para o cunhado (fechadas as aspas, assim, simplesmente, sem nenhuma pompa, ó gajo!). Ora, ora, senhor Caminha, tu deste muito mau exemplo! Deixaste registrada para a história a justificativa para todos os políticos desta terra descoberta por teu chefe Cabral! E como já estou cansado de esbordoar toda essa camarilha que anda metendo a mão em dinheiro público sob os auspícios de teu destemido pedido de sinecura para teu cunhado, e como não haveria sabão suficiente nesta terra para lavar-lhes a língua, mando a ti, Caminha, com todas as letras e pedindo mil desculpas por tanto tempo transcorrido, mas quero, sim, em nome de todos os brasileiros que tu, ó Caminha, vás a LAMBER SABÃO, por seres tão cara de pau, ó gajo!

Nenhum comentário:

Postar um comentário