Marcelo D2, cantor

O Rio de Janeiro está em guerra contra o tráfico. Com dezenas de presos. Muitos mortos e muitos feridos: bandidos, policiais e gente inocente, com as famigeradas balas perdidas. Isto é fato. Outro fato: drogas são substâncias proibidas por lei. E, pelo que eu saiba, até agora, maconha é considerada droga. E está probida por lei. Desses dois fatos – guerra ao tráfico e drogas probidas por lei – depreende-se, logicamente, que: quem usa droga abastece seu vício no tráfico. Ou há algum meio legal de obter qualquer droga ilícita? Portanto, até que a lei mude, quem é usuário de droga é cliente dos bandidos. Os mesmos que aterrorizam o Rio de Janeiro e o País inteiro, com mortes e com a dependência das drogas que atormentam milhares e milhares de famílias. Portanto, senhor Marcelo D2, ao dizer que (abram-se aspas) fumo maconha e não tenho nada a ver com esta guerra... trabalho honestamente e nunca peguei em uma arma... (fechem-se as aspas) é de uma estupidez cavalar: cada vez que o senhor inspira e expira a fumacinha do seu cigarrinho de maconha, o senhor está inalando e expelindo um pouco de sangue dos que morrem na guerra do tráfico – sejam bandidos, policiais, inocentes ou outros viciados, como o senhor, que acabam morrendo de overdoses por aí, no vício de drogas mais pesadas e letais, como cocaína, crack etc. Portanto, senhor Marcelo D2, o senhor não pega em armas diretamente, mas contribui para que muita gente morra, sim. Que o senhor trabalhe honestamente não é desculpa para dizer que sua maconha não tenha nada a ver com isso, com essa guerra toda, com a morte de milhares de pessoas. Tampouco sou ingênuo em pensar que não haja muitas pessoas responsáveis que defendem a legalização da maconha, como o senhor pede. O problema é que esse tema – legalização – deve ser tratado com muita cautela e discutido seriamente com toda a sociedade, porque não é algo simples, ou seja, basta assinar uma lei e pronto, tudo se resolve. Há inúmeros problemas relacionados a isso, e não pode ser tratado levianamente como o senhor o faz, dizendo-se usuário da maconha no meio de todo esse conflito, como se isso fosse a coisa mais singela do mundo. Então, senhor Marcelo D2, não só o senhor deve ter um pouco mais de cuidado com suas declarações, como deve buscar mais informações sobre um assunto que não pode ser tratado levianamente assim. Por isso, é que eu mando, sim, com muita ênfase, que o senhor VÁ LAMBER SABÃO, muito sabão, para não ficar falando besteira em hora errada.