quarta-feira, 26 de outubro de 2011

João Pereira Coutinho, colunista português da Folha de São Paulo





Novamente, o caso Rafinha Bastos. O cara da crônica anterior que... é melhor você mesmo ler. Não vou repetir o que ele disse nem vou mandá-lo de novo lamber sabão. O problema agora é essa crônica mal alinhavada do tal português, o João Pereira Coutinho, publicada no jornal A Folha de São Paulo, ontem, 25 de outubro deste ano de 2011. Não entendi muito bem o que esse senhor quis dizer exatamente, porque parece, em alguns momentos de sua argumentação – que também não sei se é favor ou contra o quê ou quem – querer fazer graça e em outros momentos parece falar sério. E o pior: quando tenta fazer humor, também não é humor, é mau humor, no sentido mais mesquinho da expressão, ou seja, emite julgamentos condenatórios a várias personagens públicas, inclusive o cineasta Almodóvar (que entra na crônica portuguesa como Pilatos no credo), sem que saibamos muito bem por quê. Enfim, queira dizer o que quer que seja, há uma pérola na argumentação desse senhor, a fechar seu texto, que me pareceu de extrema infelicidade: (abram aspas, para suas palavras) calar Rafinha Bastos, em nome do suposto "bom gosto" de alguns ou até da "honra" do filho nascituro de Wanessa Camargo, traria um prejuízo à sociedade brasileira que seria bem maior do que o prejuízo emocional sentido pela cantora em nome do filho (fechem as aspas). Será que eu entendi direito? O senhor está dizendo que estão querendo calar o Rafinha Bastos? Quem está tentando isso, cara pálida? Quem está tentando calar o boquirroto? Que eu saiba, ninguém. Há, sim, um processo judicial em curso, movido pela pessoa que se sentiu atingida e humilhada pelas palavras do tal comediante, o que, pelo que eu saiba, tem todo o direito de fazê-lo, ou seja, tem todo o direito de processar o senhor Rafinha Bastos, que teve o direito – constitucional, cara pálida – de dizer o que disse e, se falou merda, tem que responder por suas opiniões. Há nesse seu discurso, senhor João Pereira Coutinho, ou desconhecimento das leis (e, nesse caso, não é só das leis brasileiras, não, mas das leis de todos os países democráticos) ou subjaz a ideia que anda meio disseminada em nossa mídia de que não se pode processar elementos da mídia porque isso é censura! Ora, senhor João Pereira Coutinho, ninguém, creio em sã consciência, quer calar quem quer que seja, muito menos o senhor Rafinha Bastos. O que se reclamou – e com toda a mais absoluta razão – foi o tipo de humor primário, rasteiro e ofensivo utilizado várias vezes por esse humorista para emitir opiniões absurdas (como ao dizer que as feias deviam agradecer por serem estupradas). Além do mais, senhor João Pereira Coutinho, o senhor dá uma de ignorante, ao dizer que nunca havia ouvido falar do tal comediante, quando esse cara já saiu até mesmo em matéria de capa de revistas internacionais, como um dos mais influentes tuiteiros do mundo. O que ele fala tem repercussão. E, por isso, ganha em responsabilidade. Por isso mesmo, ninguém quer que ele se cale, mas que seja responsabilizado pelas opiniões preconceituosas que emite, querendo fazer humor a qualquer custo. E quem faz humor a qualquer custo paga o custo de fazer um mau humor. Por isso, senhor João Pereira Coutinho, fiquei aqui a perder tempo com o senhor e, agora, quero – porque tenho o direito de fazê-lo e, se o senhor não gostar, azar o seu – que o senhor VÁ LAMBER SABÃO, esteja onde estiver aí na velha e boa terrinha lusitana.

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